Integração de culturas aumentando a renda da propriedade

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Integração de culturas aumentando a renda da propriedade

Temos visto, principalmente nos dois últimos anos, um forte movimento por parte dos orizicultores no sentido de buscarem alternativas de produção, muitas vezes tendo esse movimento sua principal motivação nas crises sucessivas enfrentadas pelo setor arrozeiro. Observamos em muitos casos, que somente a integração com a pecuária, a mais comum entre os orizicultores, não tem conseguido suportar o fardo pesado que são as despesas da lavoura de arroz em anos de cotações baixas, visto que a pecuária demanda de um grande volume de terras e a rentabilidade normalmente é pequena. Nesse viés o produtor começou a buscar em culturas não tradicionais em suas áreas, normalmente áreas baixas, que são mais comumente usadas na produção do arroz, a alternativa para sustentar seus negócios.

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Figura: Milho geneticamente modificado (BT RR) em várzea na rotação com o Arroz Irrigado, semeado em microcamalhões com correção de calcário na linha. Apresentando potencial produtivo satisfatório.

Podemos citar como vantagens da integração de culturas, no ponto de vista econômico e financeiro, o aumento de produção e renda do negócio, disponibilidade de outra cultura para venda, podendo optar por vender a que está com preços em melhores patamares, otimização do maquinário, das estruturas de irrigação e dos funcionários.

Do ponto de vista técnico, podemos destacar pontos de grande valor. Melhorias no solo, em sua estrutura física, na reciclagem de nutrientes, no aumento dos teores de matéria orgânica. No manejo de plantas invasoras e da resistência das invasoras aos herbicidas disponíveis para o arroz, principalmente o arroz vermelho que em muitas áreas é o principal causador das reduções de produtividade. Quebra de ciclo de infestações de insetos e fungos.

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Figura: Soja em várzea, semeado em microcamalhões, ótimo potencial produtivo em área infestada de arroz-vermelho.

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Figura: Milho como promissora ferramenta de rotação de cultura com o arroz irrigado.

Para o sucesso de um projeto de rotação de culturas, alguns fatores devem ser cuidadosamente analisados, avaliados e executados. Deverá existir uma simbiose, não somente com as culturas na lavoura, mas principalmente, com os proprietários das áreas, seus colaboradores e a assistência técnica. Visto que se algum destes personagens não estiver com o foco para o sucesso do sistema, provavelmente o projeto falhará.

Um projeto de integração de culturas deve levar em consideração as particularidades de cada propriedade e produtor em que será realizado, se o mesmo possuir pecuária, pode intensificá-la, encontrando as espécies de pastagens que melhor se adaptem as suas áreas, adubação e práticas culturais adequadas às mesmas, viabilizando o aumento das lavouras sem prejudicar o gado, enxergando este como parte ativa da integração.

Escolha das áreas e das culturas que tem uma melhor chance de expressar um satisfatório potencial produtivo, podemos citar, o milho, a soja e o sorgo. Atentar na eficiência do preparo do solo, identificando as necessidades do preparo para implantação dessas novas culturas. Como a subsolagem, aplainamento e principalmente a drenagem das áreas, tendo em vista que essas culturas necessitam desenvolver um volume e uma profundidade radicular muito maior que o arroz e também não toleram o encharcamento prolongado. O produtor deve estar sempre atento as tecnologias disponíveis no mercado, e estas são inúmeras, híbridos de milho geneticamente modificados, com resistência ao glifosato (tecnologia RR), resistentes a insetos (milhos BT), encontrar as variedades que melhor se adaptem as várzeas, tanto no milho com na soja, as que melhor suportam o excesso hídrico por exemplo. Adubações e calagens conforme recomendações agronômicas. Existem também no mercado atual, equipamentos que visam auxiliar o produtor que busca essa nova realidade e como destaque, a semeadora que possibilita em uma única operação a semeadura e adubação das culturas, além da confecção de microcamalhões, que tem uma função muito expressiva na questão da drenagem da área e também servem para a irrigação quando esta se fizer necessária.

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Figura: Semeadora KF Hyperplus Camalhoneira realizando a confecção dos microcamalhões e a semeadura em uma única operação.

Podemos conseguir então, combinando tecnologias e experiências, usando a estrutura que já possuímos para a irrigação do arroz, utilizando as áreas que normalmente ficavam ocupadas pela pecuária extensiva, em pousio ou inviabilizadas pela resistência de arroz-vermelho, persistência no aprendizado de novos manejos culturais, atenção as novas tecnologias apresentadas ao mercado e vontade, mudar para melhor o cenário da agricultura gaúcha e do produtor de arroz.

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Figura: Produtores participando de um Dia de Campo e difusão de tecnologia em culturas alternativas.

 

Texto: Agrovit

Imagens: Agrovit  

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